domingo, 13 de maio de 2012

MINHA MÃE
Neste dia especial dedicado a ela, recordo com muita saudade o tempo em que a tinha no campo da minha visão, na dimensão dos meus braços, no toque da minha mão e na capacidade de minha audição. Hoje, não posso alcança-la e mesmo com tanta tecnologia disponível, não posso ouvir sua voz, sentir seus abraços a me envolver e tocar em seu rosto. Mas posso agradecer a Deus que ma deu. Posso recordar seus ensinos e conselhos e experimentar a resposta de suas orações, que, enquanto aqui, não cessava de orar por mim. Hoje me resta agradecer a Deus e recordá-la e para isso recorro a poesia de Casimiro de Abreu que mesmo ao lado de minha Mãe em minha tenra idade chorava por antecipação ao recita-la prevendo o dia em que não mais a teria ao meu lado.

MINHA MÃE!
Casimiro de Abreu
Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
-Minha Mãe!

Nas horas caladas das noites de estio,
Sentado sozinho, com a face na mão,
 Eu choro e soluço por quem me chamava
-"Ó filho querido do meu coração!
-Minha Mãe!

No berço pendente dos ramos floridos
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo cuidado,
Cantando cantigas, alegre, embalava?
-Minha Mãe!

De noite, alta noite, quando eu já dormia,
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
-Minha Mãe!

Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna, de noite e de dia,
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
-Uma Mamãe!

Por isso, eu agora, na terra do exílio,
Sentado sozinho, com a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
-"Ó Filho querido do meu coração!"
-Minha Mãe!