segunda-feira, 5 de março de 2012

CRESCENDO EM QUALIDADE, UM DESAFIO PARA A SEXTA REGIÃO



Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva. (Salmos 84:5,6)

A condição econômica já não é o bastante para provar o desenvolvimento no contexto atual. O acumulo de riquezas em detrimento da qualidade de vida já não faz sentido, isto quer dizer que um outro tipo de inflação que nada tem a ver com fatores econômicos, ameaça as economias do mundo comprometendo seu poder de compra e barganha.  A qualidade de vida é de fato um lastro que valoriza, autentica e dá legitimidade ao crescimento econômico. O Brasil, por exemplo, emerge no cenário internacional como a Sexta maior economia, mas no que tange a qualidade de vida de sua população medido por um índice denominado IDH ( Índice de desenvolvimento humano ) que avalia a qualidade de vida no pais, considerando: saneamento básico, acesso a educação, saúde e distribuição de renda, deixa muito a desejar. Resumindo: a riqueza que não contribui com a qualidade de vida não tem valor, é como uma linda fruta, porém bichada.
Quando nos referimos a Igreja, este princípio tem o mesmo valor. O progresso da igreja sinalizado pelo crescimento numérico e econômico deve produzir qualidade na vida cristã de seus membros,  no culto e no meio social onde se encontram. É muito triste perceber que o crescimento de algumas denominações e igrejas em nada tem contribuído para o desenvolvimento espiritual e social de seus membros, os quais continuam analfabetos espiritualmente falando, detentores de um conhecimento superficial das verdades Divinas, sem acesso a água da Vida, às insondáveis riquezas de Cristo. Aqui e ali vivem esnobando suas conquistas as quais lhes permitem acumular riquezas, bens materiais e posição social em detrimento aos relacionamentos familiares, a vida altruísta e a verdadeira piedade.
A eficácia do evangelho não se limita a produzir homens Santos, mas também homens conscientes. A verdade é que todo homem verdadeiramente santificado há de ser também plenamente consciente de seus deveres e compromissos. Jesus simplificou esta verdade ao incumbir os santificados de serem sal e luz do mundo. Nesta perspectiva podemos afirmar que o evangelho não produz só avivamento, como também melhoria na qualidade de vida no contexto social. JOHN WESLEY reconhecido como instrumento de Deus para o avivamento que mudou o rumo da Inglaterra do Século XVIII e ficou conhecido como avivamento Wesleyano, disse: "O evangelho de Cristo não conhece outra religião que a social, nem outra santidade que não a social."
No contexto onde a igreja cresce e se desenvolve há de se perceber uma sensível melhoria nas condições de vida ao seu redor. As comunidades evangélicas não podem se satisfazerem em ser oásis de prosperidade em meio aos bolsões de miséria. O hinduísmo a terceira maior religião do mundo admite isso com seu sistema de casta.  Para o hindu a imagem de uma mansão ostentando requinte, luxo e abastança em meio a degradante condição humana é adequada e compreensível, para nós cristãos, não, pois em nós age o princípio transformador do evangelho de Cristo e não uma filosofia comportamental que tenta coadunar os desníveis sociais, como aquela desenvolvida na trama da cosmos visão hindu, tal como preservada em sanscrito na mística Tranta e nos Vedas, composto literário  da maior religião da Índia. Aqui na Sexta Região estamos certos de que é possível contribuir com o processo de ressocialização, de integração ou inclusão social, da melhoria de vida nas comunidades e nos centros urbanos, combatendo a marginalidade, por meio de ações que precedidas pela pregação do genuíno evangelho da Graça de Cristo, vão promovendo a transformação dos indivíduos e do ambiente onde vivem. Não poderíamos furtar a nós mesmos a oportunidade de participar das sensíveis mudanças que vem ocorrendo em muitas comunidades carentes simplesmente porque aproximadamente 40% de nossas igrejas, incluindo congregações, estão de alguma forma ligadas a elas. Em nossa curta caminhada já contabilizamos inúmeros testemunhos de transformação de vidas, de mudanças na condição social em lugares onde antes predominava a violência, o trafego  a miséria e a tirania dos marginais. Em muitos lugares só ficaram as marcas, as vezes na paisagem ao redor, as vezes na memória e na lembrança  daqueles que hoje, ainda que vivendo noutra realidade, vivem para contar o que Deus fez. Mas há muito por fazer e a igreja é como um rio que sempre corre para os desníveis, ainda que alguns tentem impedir isso, ela sempre chega naturalmente às camadas mais baixas, aos lugares que inacessíveis ao progresso, mas sempre contemplados pelo evangelho, afinal, “onde abundou o pecado superabundou a Graça”. É desta forma que os vales áridos vão sendo transformados em Jardins regados.

Bispo Roberto Amaral
Sexta Região da IMW

Obs. Tranta é o conjunto de escrituras escritas em sanscrito uma língua antiga preservada na Índia. os Vedas escrito, por volta de 1500 ac. são considerados a bíblia da religião hindu.

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